Estado e país vizinho atualizarão dados sobre força dos ventos com a mesma metodologia, favorecendo projetos comuns
O governo gaúcho e o Ministério da Indústria, Energia e Mineração do Uruguai chegaram ontem a um acordo para atualizar, com a mesma metodologia, os atlas eólicos do Estado e do país vizinho. A definição ocorreu em uma das mesas temáticas realizadas ontem à tarde em Porto Alegre a partir da missão comercial uruguaia liderada pelo presidente José Mujica, que esteve na Capital por dois dias.
– Haverá um compartilhamento de dados. Isso facilitará o trabalho das empresas que poderão contar com o mesmo tipo de informações – diz o coordenador de energia e comunicações da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Eberson Silveira.
Os atlas eólicos são o ponto de partida para interessados em investir na geração de eletricidade com a força dos ventos. Apoiados nos dados conhecidos, passam a fazer suas próprias medições.
O estudo gaúcho foi publicado em 2002, quando a presidente Dilma Rousseff era secretária estadual de Energia e Minas. Na época, o potencial detectado foi de 15,8 gigawatts (GW) a 50 metros de altura do solo. Silveira pondera que todos os parques eólicos no Estado operam a cem metros, onde a estimativa seria até 10 vezes maior. O BNDES será consultado sobre a possibilidade de componentes produzidos no Uruguai serem enquadrados como conteúdo local para receber empréstimos do Finame.
– Temos de construir economias complementares – disse Mujica ontem na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs).
O Uruguai também concede incentivos a projetos com grande parte de conteúdo local.
– Temos conversado, em nível federal, para que ambos os países tenham em conta a regionalidade, não apenas o nacional, como maneira de complementar as partes de cada um – explicou o ministro da Indústria, Energia e Mineração do Uruguai, Roberto Kreimerman.
País vizinho e a energia eólica
- Geração atual: 43 MW
- Licitados: 400 MW
- Meta para 2015: 1 mil MW
- Investimento necessário: US$ 2,5 bilhões
Por que os uruguaios precisam de mais energia
- O crescimento médio anual do país nos últimos oito anos chegou a 6,4%
- Nos últimos seis anos, a produção industrial cresceu 40%
- A maior parte da energia elétrica tem origem hídrica, fonte que tem sofrido com as secas registradas nos últimos anos
Fonte: Zero Hora - Economia - pag.26 - 10/11/2011 - por CAIO CIGANA